Os nossos quartos ficavam um em frente ao outro. Pensei primeiro em bater à porta dele e depois abri a minha. A cama estava feita e vazia. Não tive coragem de a abrir. Voltei para trás e abri a porta do quarto dele. Estava escuro, não se via nada. Mas ele devia estar a ver-me em contraluz. Não sei sequer se disse para eu entrar. Sei que deixei ficar a porta aberta para o corredor e que de repente me senti agarrada. É bom uma pessoa sentir-se agarrada assim no escuro sem ver por quem. Fizemos amor no chão. Fiquei com uma marca nas costas. Com a porta aberta. Sou tão descuidada, meu amor.
Pedro Paixão
...deste blog.
Sem comentários:
Enviar um comentário