24.2.08

Deitados, na cama dele, com uma janela aberta no quarto, o sol das 9h da manhã de um sábado enchendo os corpos de (mais) calor.

- Gosto disto. - diz-lhe ela.

- De quê? - e esta pergunta trazia um sorriso interior, daqueles que acontecem depois do amor.

- De estarmos aqui, longe de tudo. No teu mundo.

- Eu gosto de ti aqui. Mas também gosto de ti noutros sítios. - diz ele.

Um silêncio. Ela fita o céu, pela janela. Ergue o olhar para ele:

- Gostas de mim no talho a comprar o jantar? No minipreço a escolher os iogurtes mais baratos? Com gripe e despenteada?

- Sim, gosto. Pouco me importa como estás. Sei que és uma boa pessoa, além de bonita, inteligente, aquelas tretas todas que te devem dizer desde que nasceste.

- Não, só desde o 9º ano, para aí. Antes disso era o patinho feio. - responde ela, encolhendo os lábios.

- Ouviste tudo o que disse?

- Ouvi.

- Eu gosto mesmo muito de ti e quero-te fazer feliz.

- Eu já sou feliz. Talvez agora seja mais fácil.

Sorriram os dois e continuaram assim, entrelaçados. O fim-de-semana ainda agora tinha começado.


1 comentário:

vague disse...

Às veze é tão difícil comentar...e no entanto quer-se deixar sinal de que houve ali algo que nos tocou...