9.3.08

Ontem, um jantar na casa nova de uns amigos. Um jantar com crianças e adultos. Sem seriedade. Sem conversas assim:

- Então o que estás a fazer agora? Trabalhas na tua área? Já arranjaste alguma coisa?

ou a falar mal do Bush e do nosso país e de nós coitadinhos que não arranjamos empregos de sonho e isto está mau

Há muito tempo que eu não estava assim com pessoas, estar apenas, sem complicações, sem horas, e com crianças,

eles penduram-se nas cortinas, comem massa e morangos e nós também. Deixam-nos a cabeça em água como os adultos mas por uma boa causa que nunca dói.
Brindam com água e nós com vinho. Levei cd's mas quis também ouvir a música dos meus amigos. Quero fazer pequenas coisas que a cegueira da personalidade muitas vezes me impediu, quero não beber café, quero comer chantilly directamente da embalagem, esfregar os pés no chão sujo e ouvir canções hippies que, afinal, tão bem conheço, quero

inverter mais regras, mais, mais, mais, sem gritos nem exigências. Quero dar a mão a um rapaz sem pensar "serás tu?", até porque

me encontrei, sozinha,
no fundo de muitas coisas más que esmigalhei na palma da mão.



No final arrumamos a casa. Despedimo-nos, e depois de tantos gritos e gargalhadas, aquele silêncio sem presunção. Uma paz.

that's how people grow up


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