25.4.08

(a criança que fui, em 1981)

A criança que fui aprendeu o 25 de Abril. Nasceu de uma avó que começou a trabalhar aos 7 anos. De um avô que sobreviveu a 7 irmãos e um cancro. A criança que fui nasceu de um pai que um dia recebeu uma carta e teve de ir combater em Moçambique. Nasceu de uma mãe que é mais que uma mãe, um ser humano completo e generoso. A criança que fui não foi baptizada e um dia, numa escola, proibiram-na de participar no desenho de Natal por causa disso. Em 1990.

A criança que sou sorri de Abril, porque sabe o que foi Abril. A criança que sou, escolheria esta canção para hino nacional, se pudesse, e um dos motivos é tão pouco político (fui concebida no mês em que foi escrita)... A criança que sou cresceu sem snobismos, sem colégios privados, sem luxos, com educação genuína. Sem falsos patriotismos, sem redoma. Cresci a ouvir tudo o que se deve ouvir antes que as idiossincracias nos levem para longe das raízes e é por isso que nunca as esqueço. A criança que sou deu à luz outra criança. Um mundo de esperança.

5 comentários:

Etelvina disse...

que engraçado. nao me lembro nada disso. suponho que tenha sido a besta da professora de educação visual. vou perguntar à minha mae.
Plos vistos recalquei isso ;)

Joana Amoêdo disse...

Foi essa mesmo e é compreensível que tenhas recalcado. Lembras-te do cabelo dela e de se maquilhar muito mal? Parecia uma versão travestida do Robby Krieger. As nossas mães foram no diane vermelho da tua à escola juntas reclamar:-) E na aula seguinte a professora mudou o discurso e claro que acabamos por fazer o desenho. Graças à tenacidade das nossas progenitoras.

s. disse...

tens mais fotos dessa altura? se tiveres mostra (:

vague disse...

a fotografia é 'grande'. que bonita.

Etelvina disse...

acho que começa a fazer-se luz na minha memoria ;)
era aquela do: "peço desculpa à turma pelo mau exemplo que dei" hehehe