3.7.08

Décima Sexta Ficção

- Por exemplo, eu não confio em ti. Achas que consigo confiar completamente em ti?
- Não sei. Acho normal que não. Não sei.
- Pois, mas como te sentias se não conseguisses confiar em mim?
- Eu não consigo confiar totalmente em ti, pelo menos não nisso a que te referes, e vivo bem com isso. Agora uma coisa é certa, para mim confiança é muitíssimo mais abrangente do que sentir que estamos com alguém que não vai para a cama com outras. Para mim isso pode nem entrar na história. Lá está, acho que estou demasiado bem resolvida para andar aí a roer as unhas por causa de terceiras pessoas que nem conheço nem me interessam, sinceramente.
- Então confiança é o quê, para ti?
- Fogo, é muito mais do que isso, muito mais. É saber que não vais usar coisas que sabes sobre mim para me magoares futuramente ou hoje. É saber que se precisar de ti a meio da noite e te conseguir contactar vens ter comigo e ajudas-me no que precisar naquele momento. É tanta coisa. É saber que não me deixas a falar sozinha só porque a conversa te desagrada.
(chega o empregado)
- Olhe, já chamei o seu colega 4 vezes e ele deve estar a gozar comigo e não vem aqui à mesa!
(Bárbara mantém-se gelidamente quieta enquanto observa tudo aquilo)
- O que ia eu a dizer?
- Antes de maltratares o empregado estavas a ouvir o que eu estava a dizer.

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