28.1.09

Para melhor


1h da manhã de uma noite sem sono ou de sono adiado. Estou na cama com o calhamaço do Miguel Sousa Tavares que pela minha resistência muscular está a ser um dos primeiros livros devorados de 2009. Levanto-me da cama como que cheia de pressa,


- preciso de encontrar aquela fotografia


e não sei desde quando falo eu sozinha, creio ter inaugurado nesta noite um novo hábito.

Vasculho tudo em busca de um retrato a dois, a preto e branco que guardei sempre religiosamente (só não sei onde), resistente às intempéries do meu feitio, tão propenso a rasgar memórias e a combatê-las depois por dentro, doendo ainda mais do que depois da divina suposta solução encontrada. Já é sério o suficiente ter estado acordada para a encontrar nos meus baús, mas muito mais sério, vos garanto, é escrever sobre isto.


Ao contrário do que possam pensar, esta busca pela fotografia perdida não tem nada a ver com uma história de amor daquelas que julgamos enterradas e que nos vêm assaltar a memória num "e se" torturante e cansativo. Poucas vezes, aliás, me sucedeu tal coisa, e sucendendo, logo passou à história (pois se passa uma vez, passará duas ou três que raro é o amor dado a ensaios e tentativas).


Fim do texto.

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