12.11.14

A minha banda sonora de hoje foi um álbum dos Gift já com 13 anos, de um tempo em que os Gift não faziam músicas para telenovelas. Não faz mal que o façam agora. Mas este disco é de um tempo em que tudo me soava tão puro, nas artes, nas gentes. De um tempo em que sofrer ou explodir de alegria por amor não era vergonha, era o normal. De um tempo em que se crescia visivelmente e com estardalhaço. Em que ninguém ao meu redor, nem mesmo as bandas ou os escritores, fingia ser o que não era. Agora tudo se higieniza, temos de preencher as alíneas comportamentais, limitar o que dizemos e mostramos, calcular a expressão das angústias e das alegrias. Não vá alguém pensar que somos vulneráveis ou loucos. Não vá aquilo que somos ser pouco vendável.



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