3.8.07

Segunda Ficção

Na esplanada de um jardim:

Ela:

está com as amigas.

Ele:

aproxima-se, conhece uma delas. Não é extrovertido, fica ali, no meio termo. Fala quando vê alguém que conhece.

Ela:

gostou do facto de ele não se ter rido muito, de não ter ficado demasiado à-vontade. Sorriu, apenas.

A conversa prossegue. Sobre uma criança que queria esganar um dos gansos do lago. Ganso, não, cisne. Riram todos.

Ele:

Sentou-se.

Ela:

Fuma um cigarro, enquanto conversa.

- Dás-me um cigarro? - pergunta ele.

- Eu não fumo... - responde ela. E foi sincera.

Uma atracção súbita, funda, daquelas que se escondem nos olhares postos no chão, que não se podem enfrentar.

- Toma lá um cigarro. - outra. A resposta veio de outra pessoa.

- Obrigado. - ele, sério, quase grave. "Queria tanto olhar para ti."

O cigarro, esse, queria recebê-lo das mãos dela, dedos elegantes, unhas assim de mulher.

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