29.10.07

Opinião

"Chamamos consciência, minha querida Juliette, a essa espécie de voz interior que em nós se levanta de cada vez que transgredimos frente a uma coisa proibida, seja ela de que natureza for: uma definição bem simples e que logo à primeira vista revela que essa consciência nada mais é que o resultado dos preconceitos transmitidos pela educação. (...)
Assim, a consciência é pura e simplesmente o resultado, quer dos preconceitos que nos são comunicados quer dos princípios que nós próprios nos impomos. (...)
(...)o remorso, isto é, essa manifestação dessa voz interior a que acabamos de chamar consciência, é uma fraqueza perfeitamente inútil cuja influência devemos sufocar com todo o vigor de que formos capazes, já que o remorso, digamo-lo uma vez mais, nada mais é que a manifestação do preconceito gerado pelo temor do que poderá acontecer-nos depois de fazermos uma coisa proibida."
História de Juliette ou as Prosperidades do Vício - Marquês de Sade (1801)


Penso sinceramente que as ideias de pecado, de proibido, de transgressão são o que de mais erótico pode haver, e talvez, de certa forma, as regras (ou o desrespeito das mesmas, que só faz sentido porque elas existem) sejam as benditas indutoras das melhores experiências das nossas vidas.


1 comentário:

shark disse...

Benditas indutoras, sem dúvida. :-)