Lágrimas só se for de alegria

(Hotel da Quinta das Lágrimas)

Uma amiga minha estudou em Coimbra durante alguns anos. Para felicidade (dela e) minha, que todos os meses ia passar pelo menos um fim-de-semana lá a casa, muitíssimo bem situada na Couraça de Lisboa, com boas vistas e mesmo abaixo das Faculdades. Muito gozamos por lá, bebedeiras, jantaradas e não só, noites passadas em casa, na cama e falar de tudo e de nada, com uma liberdade que palavras nenhumas conseguem descrever e transmitir. Quando ela acabou o curso e regressou à Invicta, foi um corte com um tempo de loucuras e prazeres mundanos, naquela cidade que eu considero tão bela e especial. Tão perto daqui, nunca lá voltei. Fui sempre uma devota de Lisboa por alternativa à minha cidade, e fiz dezenas de viagens alfa, norte/sul, sul/norte, até à exaustão. Sempre que parava em Coimbra B toda eu era emoção, saudade e uma sensação inexplicável de "um dia cá voltarei, para aquilo que falta". Não sou feita de recordações. Toda eu sou desejos. Sonhos. E futuro.