12.1.08

O Amor demora

Na 5ª feira ouvi esta conversa entre duas raparigas que almoçavam na mesa ao lado da minha

- Amor? Não. Isso não é amor. Ela pensa que é amor, mas não é. Eu nunca disse amo-te e só vou dizer à pessoa certa. Não percebo porque é que se diz amo-te a torto e a direito. Quero encontrar alguém que fique ao meu lado, nas coisas boas e más, que goste das minhas qualidades, dos meus defeitos, dos meus tsunamis, a sério e que eu também goste de tudo isso nele. Para a vida. Ela conhece-o há duas semanas e diz que o ama? O amor demora, não é assim. Ela pode gostar muito dele, sentir-se muito entusiasmada, capaz de fazer loucuras, mas amar, não ama.

- Fogo eu então se gostar de alguém mais do que gostei deste, morro, bato a bota. Se não foi amor, então não sei...

- Pois...isso é o que dizes agora, que ainda é tudo muito recente. Mas depois aparece alguém. Aparece sempre, vais ver. Eu vou esperar pela pessoa certa, vou sim.


2 comentários:

vague disse...

Como entendo e sinto isso tão bem.

É tudo tão banalizado, mas a palavra amo-te foi uma das palavras que mais pudor tive em dizer. E amei apaixonadamente...

Joana Amoêdo disse...

Curiosamente eu não sei se concordo. Gosto da frase "o amor demora" que me ficou a pairar, mas ao mesmo tempo não sei bem o que quer ela dizer. Disse e ouvi bastantes vezes "amo-te" e acho normal haver essa necessidade de passar para palavras simples um sentimento muitas vezes tão complexo. O que gostei naquela conversa foi precisamente do ponto de vista tão vincado, tão forte e tão lógico. Um "amo-te" na minha vida, hoje em dia, tem um significado diferente e virá de forma mais amadurecida, talvez.